segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fátima Bezerra descarta intervenção e reafirma apoio por coligação com PSB



A deputada federal Fátima Bezerra, que faz parte da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores, afirmou ontem que não procede a história de que o partido poderia intervir no diretório municipal em caso de insistência pela candidatura própria em detrimento do apoio à postulação da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) à Prefeitura de Mossoró. A afirmação foi feita ao reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Josivan Barbosa de Menezes, que é pré-candidato ao Executivo pelo PT. O encontro foi buscado por Josivan, que queria ouvir da parlamentar sua opinião sobre os últimos episódios envolvendo a sigla em Mossoró. Ele ouviu que Fátima defende a coligação do PT com PSB e que se o partido optar pela candidatura própria, ela estaria no palanque de Josivan.
Outra afirmação feita pela deputada federal foi de que não havia nenhum acordo entre ela e a também deputada federal Sandra Rosado (PSB) com vistas às eleições de 2014. Segundo Josivan Barbosa, Fátima Bezerra disse que não conversa sobre 2014 antes do pleito eleitoral de 2012. É que havia a especulação de que Fátima estaria interessada em coligar o PT com o PSB para ter apoio do "Sandrismo" para uma provável candidatura ao Senado Federal.
A ida de Josivan Barbosa ao encontro de Fátima Bezerra se deu depois que a corrente "Movimento PT" - liderado por ela a nível estadual - apresentou posição contrária à candidatura própria do partido ao Palácio da Resistência. A corrente, em Mossoró, é coordenada pela petista Socorro Batista, que alegou que Larissa Rosado teria maior robustez política para agregar partidos em torno do projeto oposicionista.
Sobre a conversa com Fátima Bezerra, Josivan Barbosa disse que ficou claro que a deputada federal defende a aliança do PT com o PSB. Contudo, ele informou que a parlamentar afirmou que a decisão sobre o futuro do partido caberia ao diretório local e que tudo dependeria da prévia que será realizada no dia 18 de março, quando os filiados vão optar entre a aliança com o PSB ou pela candidatura própria à Prefeitura de Mossoró. "Foi uma reunião proveitosa. Colocamos a nossa intenção e ouvimos que ela é favorável à coligação", disse o reitor da Ufersa.

Entenda
Em 29 de setembro do ano passado, o PT de Mossoró fez festa com a filiação de Josivan Barbosa de Menezes. À época, ele foi apresentado como pré-candidato da legenda, tendo o respaldo de Fátima Bezerra e do deputado estadual Fernando Mineiro (PT), que prestigiaram o ato político.

Cinco meses depois, a corrente "Movimento PT" contestou a hipótese de candidatura própria e passou a defender aliança com o PSB. O presidente local da legenda, Valdomiro Morais, que vislumbrava o projeto do PT apresentar candidato à Prefeitura de Mossoró, mudou de opinião e assinou, ao lado de Socorro Batista, documento propondo uma prévia para que os filiados pudessem escolher o futuro do partido.
Nesse espaço de tempo, Josivan Barbosa procurou o PDT e fechou com o empresário Rútilo Coelho - presidente local da sigla brizolista - a composição da chapa PT/PDT.
Na quinta-feira passada o PDT encaminhou nota à imprensa comunicando que estava se distanciando da celeuma criada pelo PT. Na nota, Rútilo Coelho deixou claro que a aliança formalizada por Josivan não tinha aval do Partido dos Trabalhadores.
Josivan diz que é possível uma recomposição com PDT

O distanciamento do PDT, para Josivan Barbosa, é explicável diante da indecisão do PT. Ele disse entender a posição tomada por Rútilo Coelho. "Isso é explicável, até em função da demora do PT. Respeitamos a decisão", disse o prefeitável petista.
Barbosa entende que, apesar de ter feito o convite para Rútilo Coelho ser o seu candidato a vice-prefeito, as definições são feitas pelos partidos. "Infelizmente a negociação é feita pelo partido. Não é fácil para a gente", comentou.
Apesar da decisão externada por Rútilo Coelho, de se afastar das indefinições petistas com relação às eleições deste ano, Josivan Barbosa entende que ainda tem como inverter o quadro. Perguntado se ainda teria espaço para uma recomposição do PT com o PDT, ele respondeu: "tem, claro. E vou insistir nisso".
Petistas simpáticos à candidatura própria emitem nota
Em meio à divisão do PT mossoroense sobre candidatura própria e o apoio ao PSB, a ala que apoia o projeto de Josivan Barbosa de Menezes lançou ontem um manifesto de apoio ao reitor da Ufersa.
"Mossoró, neste ano de 2012, mostra claramente o desejo de abraçar uma proposta de mudança real que contemple a inversão de prioridades, o desenvolvimento sustentável, o planejamento urbano, a cidadania rural, a inclusão social e a transparência no trato com a coisa pública. Este desejo se traduz no palpável cansaço diante de um jogo de faz-de-conta que oferece opções limitadas ao continuísmo e à mesmice, que já não deixam margem a ilusões", diz a nota dos petistas que são solidários a Josivan Barbosa.
Mais adiante, a nota critica a tentativa de coligar o PT com o PSB e diz que, diante do governo Dilma Rousseff, chegou momento em que o "PT em Mossoró precisa mostrar a sua própria face, seu próprio discurso, seu imenso acervo de realizações e suas propostas para fazer por este município o que vem fazendo em prol de um Brasil que já se tornou reconhecidamente muito melhor".

O documento divulgado ontem é uma réplica do pensamento já externado por Josivan Barbosa. Ele tem dito que o PT representaria a candidatura da verdadeira oposição e afirmou que as deputadas Sandra e Larissa Rosado trabalharam, indiretamente, para a vitória de Rosalba Ciarlini ao Senado Federal, em 2006, e ao Governo do Estado, em 2010.
Fonte: Jornal DeFato

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