A negociação da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Norte para a venda de jumentos para a alimentação para a China
causou polêmica entre os agricultores do estado. Essa foi a solução
encontrada para dar destino aos animas capturados nas rodovias. Os
jumentos estão perdendo espaço na lida do campo no Nordeste e
tornaram-se um problema em vários municípios. É comum encontrar animais
andando soltos pelas ruas de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles
invadem as estradas e provocam acidentes.
A Polícia Rodoviária Estadual realiza a Operação Caminhão Boiadeiro
para capturar os animais, trabalho feito pelo laçador Max Rodrigues na
beira da estrada. A polícia consegue recolher por semana uma média de 15
animais, que são levados para um curral privado e onde recebem comida e
água. No caso de vacas, cavalos e bodes resgatados, o dono rapidamente
aparece para resgatá-los. Mas o abanado é geral quando se trata de um
jumento. O governo do Rio Grande do Norte teve a ideia de aproveitar o
mercado chinês, que aprecia muito o sabor da carne dos jumentos, para
dar destino aos animais que ficam abandonados no curral. Já aconteceram
os primeiros encontros para a venda.
Mas o governo do estado precisa resolver uma questão interna. Os
jumentos são considerados por muitas pessoas como animais de estimação.
Por isso, o abate gerou polêmica. No município de Timbaúba dos
Batistas, na região central, uma dos monumentos mais famosos da cidade
já mostra o valor que o jumento tem pelo lugar. “Existe a
necessidade imediata de uma solução, mas uma solução nacional. A
civilização nordestina foi moldada no lombo do jumento. Então, a gente
deve muito a esse animal”, diz Kátia Lopes, presidente da ONG
Defesa da Natureza. Não há nenhum abate programado nem contrato de
exportação fechado com a China.
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