Aranha-de-veludo africana, Stegodyphus mimosarum, é fotografada durante uma refeição (Foto: Virginia Settepani/Divulgação)
Pesquisadores liderados por Trine Bilde, da Universidade Aarhus, da Dinamarca, decodificaram a sequência de DNA de uma tarântula (Acanthoscurria geniculate) e da aranha-de-veludo africana (Stegodyphus mimosarum), cada uma representando os dois principais grupos de aranhas.
A tarântula - que apesar da má fama, tem uma picada que dói apenas como a ferroada de uma abelha - é migalomorfa, o que significa que é uma aranha que vive no solo e fica à espreita, aguardando sua presa.
A aranha-de-veludo é uma araneomorfa, grupo de aranhas que se diversificou para explorar uma grande variação de habitats acima do solo, onde vive em comunidades e tece sofisticadas teias para capturar insetos voadores.
Há muito, as aranhas fascinam os biólogos, pois combinam dons de sobrevivência com grande eficiência. Com um gasto energético mínimo, elas conseguem capturar presas com até sete vezes seu próprio peso corporal.
Os químicos, no entanto, veem as aranhas de forma diferente. Eles esperam reproduzir o fio que elas tecem, uma proteína complexa muitas vezes mais forte que o aço, e usar as neurotoxinas contidas no veneno do animal, que matam insetos específicos, como base para pesticidas seletivos mais verdes.
Os genomas, publicados no periódico "Nature Communications", oferecem o panorama mais abrangente até agora dos genes envolvidos nesses cobiçados processos, explicou o cientista Jesper Bechsgaard.
"No caso das proteínas venenosas, fornecemos mais diversidade que poderia, potencialmente, ser utilizada para objetivos específicos", afirmou.
"No caso das proteínas do fio, fornecemos muitas sequências completas de diferentes tipos de fios que potencialmente poderiam ser úteis para outros que estudam como representar o fio em, por exemplo, células bacterianas", emendou.
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