terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Prevenção contra o cálculo renal no verão pede mais atenção



 
 
 
As pedras no caminho do aparelho urinário desencadeiam manifestações relatadas como tão insuportáveis quanto inesquecíveis. A dor provocada pelo cálculo — cristais que se agrupam e formam pequenas pedras nos rins — pode ser tão intensa que algumas vítimas chegam a desmaiar. No verão, o número de atendimentos a pacientes com esse transtorno aumenta pelo menos 30% em relação às demais estações. A informação vem de um levantamento conduzido pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
 
A pedra no trato urinário é uma patologia descrita há pelo menos 5 mil anos. Embora os dados levantados em São Paulo não tenham base científica, o urologista Samuel Saiovici pondera que o aumento faz sentido, já que nos períodos mais quentes do ano transpiramos e perdemos muito líquido. “Geralmente, os cálculos são formados de cálcio, ácido úrico ou outros elementos que se solidificam. Quando o organismo fica pouco hidratado, diminui a solubilidade, favorecendo o acúmulo dos solutos”, justifica o especialista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
 
Os cálculos renais também são decorrentes de infecções associadas a germes e bactérias, de processos metabólicos ou medicamentos específicos. Saiovici explica que as pedras quase sempre se originam nos rins e, enquanto lá permanecem, raramente promovem sintomas. A movimentação desses elementos pelas vias escretoras da urina é que provoca as cólicas renais. O tratamento depende do momento em que é feito o diagnóstico, do tamanho da pedra e da sua localização.
 
Durante a crise, a prioridade é livrar o paciente da dor. “Melhorando a condição da pessoa, investigamos onde está o cálculo e como eliminá-lo. Exames de imagem, como tomografia, ultrassom e de raios X são importantes tanto para confirmar a doença quanto para definir a terapia”, observa Saiovici.
 
Pelo menos 80% dos cálculos que estão nas vias urinárias são eliminados naturalmente. Atualmente, a medicina conta com métodos menos invasivos para a retirada das pedras em pacientes que não conseguem expeli-las. Técnicas percutâneas e endoscópicas estão entre as opções de procedimentos que quebram ou removem os cálculos. A cirurgia aberta é sempre a última alternativa. “Crises constantes, dores muito intensas ou ameaça à saúde dos órgãos são fatores avaliados para a indicação das intervenções”, revela o urologista do Hospital Urológico de Brasília Eriston Wendt Uhmann. Além da dor, que é de longe a manifestação mais conhecida, o cálculo renal pode provocar a obstrução das vias urinárias, disfunção renal e até a perda dos rins. Por isso, é muito importante que se investigue a causa da doença. “A litíase é uma patologia séria, que pode mutilar ou matar o indivíduo. Quando não tratada, pode evoluir para infecção generalizada”, expõe.
 Do Correiobraziliense.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE