Neste
dia 16 de julho se comemora o aniversário do assassinato do líder camponês
Manoel Torquato, vitima dos latifundiários e da burguesia da década de 30.
Manoel
Torquato foi um carnaubaense que encarnou os sonhos de luta pela reforma
agrária, pela organização sindical dos trabalhadores e os ideais de PÃO, TERRA
E LIBERDADE, por isso pagou com a própria vida a audácia de sonhar a frente do
seu tempo.
Neste
dia, a nossa homenagem pelo heroísmo. Segue um pouco da sua biografia. VIVA OS
SONHADORES.
Manoel
Torquato
Manoel
Torquato de Araújo, foi um grande sindicalista, um grande visionário, um líder
afrente do seu tempo, na década de trinta.
Nasceu
no Entroncamento – Carnaubais e viveu a infância e adolescência entre o Saco,
Xambá, Cobé, Curralinho, Rosário, Alemão, Bela Vista e adjacências onde ainda
hoje tem familiares.
Seu
avô, era um dos trabalhadores da terra de Camilo de Lelis Bezerra, e Torquato
viveu sua infância na cozinha do Coronel Camilo.
Na
juventude na busca por trabalho vai para as salinas e encontra idealistas que
lutavam pela organização sindical dos operários das salinas e dos trabalhadores
rurais. Se embeleza pela causa sindical e se despõe a ajudar a fundar
sindicatos e organizar os trabalhadores, daí surge o nome de fundador do
sindicato do garrancho, pois se reuniam nos garranchos da caatinga para traçar
e planejar ações.
Antes
de ir para as salinas ele foi também comerciante ambulante, daí conhecer todas
as estradas dentro do mato para Macau, Pendencias, Mossoró, Areia Branca e
região do Vale do Assú.
Manoel
Torquato começa a sonhar com a reforma agrária, pois achava que o trabalhador
deveria trabalhar no inverno em suas terras e na seca parte trabalharia no
corte do carnaubal e outra parte nas salinas.
Por
aderir as ideias dos comunistas que na época atuavam em Mossoró, nas
organizações sindicais e fundação do PCB, foi considerado comunista, mas nunca
se filiou ao partido.
Por
participar das greves nas salinas e incentivar os trabalhadores do campo a se
rebelarem contra o modo de exploração dos patrões, foi perseguido pelos
latifundiários do Vale do Assú e passou a viver na clandestinidade, formando um
grupo de trabalhadores liderados por Torquato.
Nas
reuniões com os trabalhadores tanto das salinas como do campo, já pregava o
lema Pão, Terra e Liberdade.
Da
luta na clandestinidade o maior embate feito no Vale do Assú, foi a morte de
Artur Felipe, no confronto com os latifundiários no Açude do Canto Comprido, no
dia 01 de janeiro de 1936, porem antes houve duas ações: o sequestro do
latifundiário Jorge Barreto e a invasão da casa do senhor Candido Soares Raposo
no Jenipapeiro.
Como
retaliação teve seu pai e posteriormente sua mãe foram assassinados com
requintes e crueldade.
A
morte de Torquato se deu a 16 de julho de 1936, numa estrada entre Alagoinha e
Mossoró, tendo sido morto por um próprio membro do grupo chamado Feliciano
Cardoso Pereira de Sousa, que o assassinou covardemente.
Após
sua morte seu corpo foi exposto de pé na cadeia pública de Mossoró, onde se
tirou a única foto conhecida de Manoel Torquato.
Foi
casado com Iria Higino de Sousa, sendo ela natural da cidade de Angicos, com
quem teve sete filhos.
A
partir dos anos cinquenta, sua esposa passou a receber uma pensão vitalícia do
Sindicato dos Trabalhadores da Extração de Sal de Mossoró.
Enquanto
viveu Torquato teve residência no Entroncamento e em Mossoró.
Manoel
Torquato de Araújo era alto, moreno usava bigode cabelos pretos, atrevido,
inteligente e destemido foi assassinado aos 35 anos de idade, tendo sido considerado
o líder da primeira guerrilha rural da América Latina.
texto sedido pelo professor Carlos Algusto perreira da Silva
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