terça-feira, 16 de julho de 2013

Manoel Torquato Herói ou Vítima da Primeira Guerrilha Rural da América Latina




Neste dia 16 de julho se comemora o aniversário do assassinato do líder camponês Manoel Torquato, vitima dos latifundiários e da burguesia da década de 30.
Manoel Torquato foi um carnaubaense que encarnou os sonhos de luta pela reforma agrária, pela organização sindical dos trabalhadores e os ideais de PÃO, TERRA E LIBERDADE, por isso pagou com a própria vida a audácia de sonhar a frente do seu tempo.
Neste dia, a nossa homenagem pelo heroísmo. Segue um pouco da sua biografia. VIVA OS SONHADORES.


Manoel Torquato


Manoel Torquato de Araújo, foi um grande sindicalista, um grande visionário, um líder afrente do seu tempo, na década de trinta.
Nasceu no Entroncamento – Carnaubais e viveu a infância e adolescência entre o Saco, Xambá, Cobé, Curralinho, Rosário, Alemão, Bela Vista e adjacências onde ainda hoje tem familiares.
Seu avô, era um dos trabalhadores da terra de Camilo de Lelis Bezerra, e Torquato viveu sua infância na cozinha do Coronel Camilo.
Na juventude na busca por trabalho vai para as salinas e encontra idealistas que lutavam pela organização sindical dos operários das salinas e dos trabalhadores rurais. Se embeleza pela causa sindical e se despõe a ajudar a fundar sindicatos e organizar os trabalhadores, daí surge o nome de fundador do sindicato do garrancho, pois se reuniam nos garranchos da caatinga para traçar e planejar ações.
Antes de ir para as salinas ele foi também comerciante ambulante, daí conhecer todas as estradas dentro do mato para Macau, Pendencias, Mossoró, Areia Branca e região do Vale do Assú.
Manoel Torquato começa a sonhar com a reforma agrária, pois achava que o trabalhador deveria trabalhar no inverno em suas terras e na seca parte trabalharia no corte do carnaubal e outra parte nas salinas.
Por aderir as ideias dos comunistas que na época atuavam em Mossoró, nas organizações sindicais e fundação do PCB, foi considerado comunista, mas nunca se filiou ao partido.
Por participar das greves nas salinas e incentivar os trabalhadores do campo a se rebelarem contra o modo de exploração dos patrões, foi perseguido pelos latifundiários do Vale do Assú e passou a viver na clandestinidade, formando um grupo de trabalhadores liderados por Torquato.
Nas reuniões com os trabalhadores tanto das salinas como do campo, já pregava o lema Pão, Terra e Liberdade.
Da luta na clandestinidade o maior embate feito no Vale do Assú, foi a morte de Artur Felipe, no confronto com os latifundiários no Açude do Canto Comprido, no dia 01 de janeiro de 1936, porem antes houve duas ações: o sequestro do latifundiário Jorge Barreto e a invasão da casa do senhor Candido Soares Raposo no Jenipapeiro.
Como retaliação teve seu pai e posteriormente sua mãe foram assassinados com requintes e crueldade.
A morte de Torquato se deu a 16 de julho de 1936, numa estrada entre Alagoinha e Mossoró, tendo sido morto por um próprio membro do grupo chamado Feliciano Cardoso Pereira de Sousa, que o assassinou covardemente.
Após sua morte seu corpo foi exposto de pé na cadeia pública de Mossoró, onde se tirou a única foto conhecida de Manoel Torquato.
Foi casado com Iria Higino de Sousa, sendo ela natural da cidade de Angicos, com quem teve sete filhos.
A partir dos anos cinquenta, sua esposa passou a receber uma pensão vitalícia do Sindicato dos Trabalhadores da Extração de Sal de Mossoró.
Enquanto viveu Torquato teve residência no Entroncamento e em Mossoró.
Manoel Torquato de Araújo era alto, moreno usava bigode cabelos pretos, atrevido, inteligente e destemido foi assassinado aos 35 anos de idade, tendo sido considerado o líder da primeira guerrilha rural da América Latina. 
texto sedido pelo professor Carlos Algusto perreira da Silva


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