Apresentadora foi até o prédio onde corpo do cantor foi encontrado.
Segundo ela, ele passava por uma depressão profunda.
A apresentadora Sônia Abrão, prima do cantor Chorão, disse que o
vocalista do Charlie Brown Jr. reclamava da solidão. Alexandre Magno
Abrão, de 42 anos, foi encontrado morto na madrugada desta quarta-feira
(6) em seu apartamento, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O
delegado Itagiba Vieira, do Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), disse nesta quarta-feira (6), que não acredita que o vocalista tenha sido vítima de um homicídio.
"Aparentemente não foi homicídio. O IML é que vai dar a causa da morte.
Aparentemente ou foi por uso de medicamento ou outra substância", disse
o delegado.
Sônia Abrão foi até o prédio de Chorão após saber
da morte do cantor (Foto: Letícia Macedo/G1)
da morte do cantor (Foto: Letícia Macedo/G1)
Sônia era prima de Chorão por parte de pai. Eles se encontraram pela
última vez há cerca de sete meses, no velório do pai da apresentadora.
Chorão, que segundo ela passava por uma depressão profunda, reclamou da
solidão.
“Na última conversa que tivemos ele disse: ‘o que me derruba é que a
gente nasceu sozinho e morre sozinho’. E ele morreu sozinho”, disse
Sônia. “Faz um tempo que ele estava num processo de depressão muito
profunda mesmo. Com o fim do casamento, as coisas pioraram muito para
ele”. Chorão terminou o seu segundo casamento, que durou 15 anos, há
cerca de seis meses, segundo informações da TV Globo.
A apresentadora não acredita na hipótese de suicídio. Segundo Sônia,
ele era muito ligado à família e cuidava da mãe, vítima de um acidente
vascular cerebral (AVC). “Ele deve ter tido uma crise de desespero
forte, de solidão, depressão, seja o que for. Acho que ele não teve
noção de que estava numa situação limite”. Ainda segundo Sônia Abrão, o
cantor não fazia terapia. “Ele dizia que a sua terapia era o palco”.
Corpo do cantor seguiu para o IML (Foto: Letícia
Macedo/G1)
Macedo/G1)
Chorão, de 42 anos, foi encontrado morto por seu motorista e segurança
nesta madrugada, em seu apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Chorão, que morava em Santos, usava o apartamento esporadicamente, geralmente após shows.
Segundo o delegado, o apartamento de Chorão estava muito danificado.
Itagiba acredita que os danos tenham sido feitos pelo próprio cantor, já
que o corpo foi encontrado com um dedo machucado e havia marcas de
sangue no local. “Não tem nada que estivesse no lugar. Ele estava
machucado no dedo, arrancou parte de uma unha, o que pode explicar as
marcas de sangue na parede”, disse o delegado.
O corpo de Chorão deixou o prédio por volta das 8h30 em um carro da
Perícia Técnico Científica. As causas da morte serão determinadas pela
perícia. Latas de bebidas alcóolicas foram recolhidas no apartamento do
cantor. Perguntado se foram encontrados vestígios de drogas no
apartamento, Itagiba disse que não iria comentar o assunto por enquanto.
O corpo passará por exames toxicológicos.
saiba mais
A assessoria de imprensa da banda informou ao G1 que
Chorão estava de férias e embarcaria para os Estados Unidos nos próximos
dias. Ainda segundo a assessoria, o estado de saúde dele era bom.
O cantor e letrista, que faria 43 anos em 9 de abril, liderava a banda
fundada por ele na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em 1992.
Em 15 anos de carreira, o Charlie Brown Jr lançou nove álbuns de estúdio, dois discos ao vivo, duas coletâneas e seis DVDs. Ao todo, o grupo vendeu 5 milhões de cópias.
Chorão (centro) e sua ex-mulher, a estilista Graziela
Gonçalves, em 2007 (Foto: João Sal/Folhapress)
Gonçalves, em 2007 (Foto: João Sal/Folhapress)
Além de vocalista, Chorão era responsável pelas letras do Charlie Brown
Jr e pelo direcionamento artístico e executivo da banda. Em 2005, o
trabalho "Tâmo aí na atividade” foi premiado com o Grammy Latino de
melhor álbum de rock brasileiro, o que se repetiu em 2010 com "Camisa 10
joga bola até na chuva".
No ano passado, o Charlie Brown Jr. lançou "Música Popular Caiçara",
álbum ao vivo que marcou o retorno dos integrantes Marcão e Champignon à
banda. Eles haviam deixado o grupo em 2005. As apresentações
aconteceram em Curitiba e Santos. A produção do trabalho foi feita por
Liminha e os shows contam com a participação de Falcão (O Rappa), Zeca
Baleiro e Marcelo Nova. Das 15 faixas do CD, a única gravada em estúdio é
"Céu azul".
Chorão foi o único integrante do Charlie Brown Jr que permaneceu no
grupo em todas as suas fases. Paulistano, Chorão adotou a cidade de
Santos desde a juventude, onde criou a banda. Seu apelido foi dado ainda
na adolescência, quando ele não sabia andar de skate e ficava apenas
olhando os amigos. Um deles, então, pediu que o jovem não chorasse.
Segundo a GloboNews, a infância e a adolescência de Chorão foram
difíceis por conta da separação dos pais, que aconteceu quando ele tinha
11 anos. O músico largou a escola na sétima na série.
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